Colecionismo - Uma aventura
- Silézio Luiz
- 25 de out. de 2017
- 3 min de leitura

60 dólares na conversão dos negociantes do mercenário livre.
O que fazer, prezados e prezadas "netexpectadores(ras)", quando o seu hobby, sua atividade favorita, maior diversão, é também o seu grande nêmesis?
Quando aquilo que mais te diverte e alivia é o que diversas vezes mais de frustra e dá dores de cabeça?
Colecionar, não é um hobby para amadores, especialmente no Brasil. O primeiro agravante é, se descobrir um colecionador. A partir de que momento conseguimos perceber que não estamos apenas juntando coisa, ou mesmo esquecendo de nos livrar de tralha e passamos a ter apreço pelas peças? Aquela linha tênue que quando você ultrapassa se vê procurando itens na internet, parando em frente às vitrines das lojas, indo a sebos, reconhecendo pequenos padrões que diferenciam itens corriqueiros de itens raros, itens mundanos de itens raros.
Pra mim talvez tenha sido o primeiro álbum de figurinha completo, a primeira centelha do colecionismo, mas é inevitável que só fui perceber meu gosto pela coisa quando já era adulto, o que leva à diversos problemas.
Quando se decide colecionar o que quer que seja, depois de velho, você já começou mal, pois colecionar é lutar contra o tempo. Já comecei perdendo pois podia ter definido quando jovem o que colecionar e ter me dedicado e não me desfeito de itens que hoje seriam valiosíssimos. Me desfiz de alguns quadrinhos que choro só de pensar. O que dizer de todos os cd´s de música perdidos, big boxes de jogos de pc, consoles vendidos.
Começar mais velho, por outro lado te libera da luta contra suas finanças juvenis, mas para o nerd é como o fantasma da quinta série batendo à porta toda vez que algum leigo vê seus colecionáveis e faz piadinhas, te julga ou te critica pelo seu hobby.

Colecionar videogames, tem se tornado particularmente frustrante. As mídias físicas para os consoles de mesa, estão mais baratas na maioria dos casos do que suas contra-partes digitais, mas não entregam em sua feitura o capricho das gerações passadas, além do contra-ponto das promoções digitais e compartilhamento de contas. Algumas plataformas no entanto (Oi Ps Vita), são ainda piores, tendo pouca disponibilidade de mídias físicas à preços absurdos aqui no Brasil. Na data de publicação desse post, a psn está com uma promoção onde encontro quatro jogos que quero muito pelo preço de um deles em mídia física. No Vita ainda há o problema do armazenamento, já que um cartão de memória com bom tamanho custa quase um rim saudável (tá, exagerei, mas não deixa de ser o armazenamento mais caro que já vi). Nas plataformas portáteis, o colecionismo digital ainda é cheio de empecilhos, como dificuldade de gerenciamento de saves, já que esses não são atrelados a conta do serviço da empresa como acontece com os consoles de mesa. Assim, fica complicado. Pagamos aqui pelas versões normais o dobro do que se paga lá fora por edições limitadas. Não preciso nem mencionar aqui, as dificuldades com action figures e o monopólio da Panini (que é uma linda) em certas vertentes editoriais. Tudo só faz ficar pior quando os estelionatários, travestidos de empresários e importadores, decidem trazer um produto pro Brasil custando 8 a 10 vezes mais doque lá fora, pois afinal o dólar está 10 reais né (SNes Mini Classic) ou talvez a taxação seja de 1655346543%. Vai saber.
Enfim, se você coleciona, fica aqui meu abraço e um desejo de melhoras, meu companheirismo, você não está sozinho.


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