Sicario - Terra de ninguém
- Silézio Luiz
- 10 de jan. de 2018
- 3 min de leitura
"Olar" ano novo, vida nova... ahemmm... talvez né. Enfim, estamos aqui para falar da Emily Blunt, não, digo. Estamos aqui para falar bem da Netflix, ops, quase também. Dica de filme que está na netflix e que tem a Emily Blunt (ah e o Benicio Del Toro também) e é uma baita obra. Então segue o carro. (Ahhh e tem o Josh Brolin, fala se só o elenco já não vale a pena?)

Fronteiras, o que é uma fronteira? Bem, esse substantivo feminino determina um limite entre uma região e outra, uma linha imaginária que confirma a posse estabelecida de alguém ou uma federação sobre uma parada que tá aí desde muito tempo aberta pra todo mundo, porque a terra tem um valor essencial mas o valor que demanda limites somos nós humanos que impomos.
Limite, borda, limiar, creio que seja sobre o limiar que esse filme se trata. O limite ao qual o ser humano é forçado a ir quando exposto à determinadas condições.
O que é?
Na problemática região fronteiriça da terra do Tio Sam com o México, mais precisamente no Arizona, que vejam vocês também faz fronteira com o Novo Mexico (Breaking Bad feelings?), agentes do FBI tentam desbaratar as operações de um temido cartel (uuuiiii temidoooo). A operação começa em território norte americano e avança até o berço do cartel com o objetivo de prender o cabeça da organização. Porém nem tudo são flores, na verdade, aqui nada é flor, especialmente para a personagem de Emily Blunt que é testada física, mental e moralmente quase a todo momento.
Narrativa

O tom do filme é cru, as vezes quase documental e em determinados momentos eu achei que a coisa iria para uma câmera em cima do ombro em determinadas cenas. O foco aqui não é a ação, que até existe e é boa, mas sim os conflitos entre os agentes Kate Macer (Blunt), Matt Graver (Brolin) e principalmente o misterioso e sínico Alejandro Gillick (Del Toro) e a realidade de todos os envolvidos num contexto duro como esse. Alternando entre o núcleo do FBI e o do Cartel acompanhamos inclusive o dia-a-dia da família de um policial, que mais tarde descobrimos que é um corrupto cooptado pelo cartel. A direção de Denis Villeneuve é visceral, pungente mas ainda assim não escatológica a ponto de impossibilitar que o espectador sinta o horror da guerra contra o tráfico, embora não tenhamos como nos esquivar de situações chocantes durante toda a película. O ritmo do filme é excelente, alternando entre o thriller de ação e ambiente de investigação policial com maestria.
Visual

Seco, afinal estamos no Arizona, e a atmosfera árida é componente essencial para a trama, os visuais, fotografia e figurino são muito competentes e a composição do universo da trama é muito imersiva.
Trilha

Alterna entre inexistente para pontual, e quando eu digo pontual, eu digo a música que tocou num bar (onde conhecemos o personagem de Jon Bernthal, homão da porra que aqui é um policialzinho corrupto ordinário) e mais um ou outro momento entre cenas. E isso está longe de ser ruim, apenas aumenta a atmosfera do filme.
Veredito

Com uma direção muito acertada, boa técnica, elenco fabuloso e um roteiro bem amarrado e conduzido com uma finalização inteligente, Sicário só não brilha mais devido À pouca penetração do gênero junto ao grande público (que já cansei de criticar aqui, então vou deixar pra lá). Está na netflix é muito recomendado.
Post Scriptum: Sicário, vem do latim (homem da adaga) e entre seus significados há sedento de sangue, e é o nome dado aos assassinos pagos por cartéis.
Post Scriptum 2: Eu ia fazer uma paragrafo para a atuação, e falar dos personagens, mas eu ia dizer o que? Que é excelente, que os personagens são fodas? É chover no molhado falar que personagens são bons e atuações são boas com esse elenco. Talvez num texto mais longo eu entrasse em detalhes e nuances, mas esse amigos, não é o foco aqui.
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