Scott Pilgrim - Filmes vs HQ + Jogo
- Silézio Luiz
- 27 de nov. de 2017
- 4 min de leitura

"Olar" Nós somos a Sex Bob Omb!!!! One two three fourrrr!!!!! As vezes acordo com essa música na cabeça.
Eu vejo filmes que gosto muitas e muitas vezes, sério, muitas mesmo. Em 2017 eu já devo ter visto Scott Pilgrim Contra o Mundo umas 3 vezes, então decidi fazer um comparativo entre a maravilhosa HQ de Bryan Lee O'malley (copiei e colei o nome, sempre digito errado) e o filme dirigido pelo "fantabulástico" Edgar Wright, e ainda colocar um plus que é o game que eu sinceramente não me lembro quem fez (mas é muito bom viu).
O que é?
As obras tratam da epopéia do jovem canadense Scott Pilgrim para superar as adversidades da vida de todo jovem "bacanudo", virar adulto, trabalhar, fazer sucesso com sua bandinha de indie rock e claro, ganhar o coração daquela garota, sim a 10/10, a musa, enfim. Ah claro, tinha esquecido, para poder ficar com sua namorada ele tem que derrotar a Liga dos 7, os 7 ex namorados do mal (zoom na topeira, rsrsrs. Entendores entenderão)!
Fator comum em todas as encarnações de Scott, seja filme, jogo, hq ou papel de parede, é o ritmo frenético, a assinatura visual única, a trilha sonora e muitas, muitas referências à cultura pop especialmente videogames. Ah sim, uma pitada ....

... de algo que vou categorizar como non sense, mas pra quem está imerso na bolha nerd, faz sense... enfim.
Quadrinhos
Possuem um ritmo de leitura muito, mas muito prazeiroso, tanto o texto quanto a arte são extremamente agradáveis e leves, embora o traço meio que homenageie os dos mangás, não é tão carregado. A maioria das cenas são de fácil entendimento e as quebras de expectativa são fantásticas.
Os quadros são salpicados de informações sobre o que acontece na cena, como ficha técnica dos personagens e piadinhas sobre o que está acontecendo, como essa onde temos explicado de forma rápida os pertences de Scott e os que são de seu colega de quarto Wallace:

Essas sacadas que preenchem as revistas são vitais para manter o ritmo da narrativa pois evitam a superexposição, que é quando algo tem que ser explicado, diversas vezes se possível. Em uma página você consegue contextualizar o personagem, percebe que ele é relaxado, não tem grana e ainda de quebra também pega aspectos da personalidade do colega de quarto Wallace. E parece meio óbvio, é assim que quadrinhos devem ser, mas já li diversas obras onde o escritor e o artista ou não conseguiram chegar num acordo ou o escritor não entende que quadrinhos não são livros ou pior ainda, o desenhista não consegue colocar o tempo na ilustração e não consegue passar movimento e conteúdo que não seja visualmente explícito.
O design dos personagens é bem agradável e fácil de desenhar o que possibilita colocá-los nas situações mais absurdas, que é um pré requisito para narrar a saga de Pilgrim. E como homenageia os quadrinhos orientais, todos os personagens tem olhos grandes cheios de expressão. A música é parte importantíssima para entendermos melhor os personagens, mas folhas de papel não emitem sons. Todavia, aqui mesmo sem esse recurso conseguimos ser imersos na trilha e nos sons do mundo de Scott, o que deve ter sido difícil pois a outra única obra que me lembro agora que chegou nesse nível de "som mudo" ou algo parecido foi a graphic MSP do Bidu (da turma da Mônica) que por meio de símbolos gráficos transmite o diálogo dos cachorrinhos (é fofo e foda. rsrsrs). Assim pela capa de um cd conseguimos imaginar como é o som de uma banda, por uma ondulação e um símbolo saindo do baixo do protagonista conseguimos sentir que melodia ele está tentando nos passar. Dito tudo isso, vamos ao filme.
Cinema
Aqui temos um trabalho que eu creio que só poderia ter sido feito exatamente pelo sr. Edgar Wright. O filme consegue, com uma competência ímpar transferir para o mundo "real" todo clima e ação impossíveis das páginas dos quadrinhos. Algumas cenas parecem ser transposições de sua contraparte desenhada. A trilha sonora se casa perfeitamente com o que é passado na tela e mesmo os personagens transparecem suas emoções como nas HQ,s salvo duas exceções que são a grande diferença dessa adaptação que são o próprio Scott Pilgrim, interpretado pelo insosso Michael Cera e Envy Adams vivida nas telas pela talentosa, mas ainda não me convenceu que vai ser uma boa Capitã Marvel, Brie Larson. No caso da ex malvada do Scott, eu senti falta da "presença" quando ela não está cantando, mas mesmo assim muito pouco. Já o Michael Cera, puxa o filme pra baixo, puxa com força e só não estraga o filme pois tio Edgar conseguiu extrair algo de bom do menino, ou talvez a própria história de Scott e ambientação sejam tão grandes que envolveram Cera.
A outra grande diferença para com as HQ´s é bem óbvia. Não dá pra colocar o conteúdo de 3 edições (aqui no Brasil), bem volumosas por sinal, em um filme 112 minutos. Assim algumas coisas do passado de Scott não são apresentadas, e uns detalhes aqui e acolá, mas isso é superado pois a película dispõe da mesma competência narrativa das hq´s, inclusive o supracitado apartamento de Scott e Wallace é apresentado com a mesmíssima cena, "pure genious" meus amigos!
O jogo
Que saudade do meu Xbox 360. Só lá e no play 3 nas suas respectivas áreas de joguinhos indies que esse beat em up sensacional pode ser aproveitado.
Coloquei + no título ao invés de vs pois o jogo serve mais como uma adição ao universo Pilgrim do que uma contrapartida da mesma história. Sim a Liga dos ex namorados está lá, os combates e tudo mais. Mas é um "aproach" diferente, que respeita as obras cinematográfica e impressa, mas leva o sr. "Pil Grim" (como diria Michael Pattel, o primeiro ex do mal) para o berço de onde vem todas as referências da obra original. Aqui não se trata de uma obra com referências de games e cultura pop, é um game com referências de cultura pop, estando a HQ inserida agora nessa cultura a ser referenciada, é quase é um inception de A Origem.
Uma excelente adição ao universo de Scott, super recomendado pra quem ainda consegue ter acesso.
Conclusão
Três visões competentes de uma história excelente. Super recomendo as 3, e pra quem também se apaixonar pelo texto do Bryan Lee O'malley (tentei digitar 3 vezes, desisti e copiei e colei de novo. rsrsrs) pode correr sem medo atrás das outras obras dele que também são muito boas.
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