Brasil - Um país de quadrinistas
- Silézio Luiz
- 2 de nov. de 2017
- 3 min de leitura

Estou num momento delicado do ano, meu aniversário vem chegando e confesso que não curto muito essa coisa de comemorações da natividade, mas de dois em dois anos eu sempre anseio pelo mês de novembro, o mês do FIQ - Festival Internacional de Quadrinhos. Sempre que dá passo meu aniversário lá, mas esse ano o evento foi postergado para o início de 2019, o que de certa forma é bom, pois seria difícil dividir o público com a BGS e a Comic Con Experience que são bem próximas além de diversos eventos regionais como Anime Festival, Sana, etc.
Então, para manter viva essa chama nostálgica da última edição do FIQ, para aguardar a chegada da próxima edição vou rememorar aqui alguns momentos legais que passei lá em 2015.
Evento estrelado e intimista
Adentrando a Serraria Souza Pinto, num dia bem quente, ia eu com minha mochila conferindo a programação nas anotações que tinha feito e tentando me programar para pegar autógrafos, ir nas palestras e comprar bastante quadrinhos. De repente, no meio do vozerio escuto uma voz falando em inglês, olho pro lado, uma loirinha de vestido falando ao celular, não me é estranha (pensei). Era nada menos do que a Babs Tarr, responsável pela Batgirl que você pode acompanhar nas bancas no Renacimento DC. Então eu tava ali do lado de uma artista internacional, ela transitando tranquilamente no meio do pessoal, um pouco mais à frente a Gail Simone. Ainda não sei se é por conta do próprio mercado ou do público, mas não vejo muita histeria em eventos de quadrinhos, o FIQ por sinal é muito intimista. Os artistas estão lá, não só como artistas mas também, muitas vezes como fãs e consumidores. Alguns aproveitam para conhecer pessoalmente seus colegas, e por aí vai. O único momento que eu presenciei em que todo mundo ficou exaltado, foi com a presença do Maurício de Souza, aí o mundo vem abaixo, o homem não consegue andar no evento se a produção e seguranças não abrirem caminho, o superstar da "porra toda".
Intimista mesmo
Tinha um quiosque de uma cervejaria, que não vou dizer qual porque quem sabe um dia não me mandam um kit pra falar aqui né? Parei lá pra me refrescar com um chop e vez por outra aparecia algum artista lá, daria pra gravar diversos episódios de chop com as estrelas, as vezes parecia meio surreal. Mas a coisa fica ainda mais íntima quando você decide passar nos estandes para conhecer os artistas e começa a abrir os olhos para o mercado indie e a força do quadrinho nacional.
De estande em estande, temos a oportunidade de conhecer novas obras, novos escritores, desenhistas e coloristas, e quando digo conhecer, é de perto mesmo, bater um papo. Mais do que comprar novos quadrinhos, você conhece a pessoa que fez, suas motivações e o que ele estava pensando quando criou tudo aquilo, chega ser mágico quando se compara com a experiência de comprar numa banca ou pela internet.
Tutti buona gente.
Meu lado tiete ficou aflorado e não consegui esconder a empolgação ao conhecer a divertidíssima Fernanda Nia, finalmente conhecer os irmãos Fabio Moon e Gabriel Bá, chorar e tremer na frente deles, o Gustavo Duarte, ter cumprimentado e pego autógrafo do "amigo" Joe Prado (segundo consta, quando cumprimentamos com "handshake" já é o suficiente para dizermos que somos amigos de alguém, kkk) dentre tantos outros. Tietei inclusive o Vinícius do canal Dois Quadrinhos, outra persona boníssima. Como são muitas atrações rolando acabou que não consegui conhecer todo mundo que queria e no fim do dia (fui no sábado) estava chateado por não conseguir um autógrafo do Márcio Takara. Fui num workshop onde estavam ele, Babs Tarr e Gustavo Duarte, mas não consegui chegar até ele. Eis que já quase saindo passo por um stand e ele estava lá, numa mesa fazendo desenhos para quem parasse por lá, então fui.
Percebi o quanto estava despreparado, sem sketchbook ou mesmo uma folha de papel, mas fui, ele fez o desenho pra mim, numa folha, desenho simples, nem cobrou nada, mas eu tava ali do lado do desenhista da Capitã Marvel, batendo papo com ele e foi awesome. Isso foi só um resuminho, mas rolou muita coisa, fora compras, rs. Se você gosta de quadrinhos, não deixe passar a oportunidade de ir em eventos como esse, de prestigiar as pessoas que criam as histórias que te emocionam, que te conquistam e principalmente se você ainda não conhece quadrinhos nacionais, é a melhor oportunidade de conhecer muita gente foda e muita obra legal. Vida longa e próspera.













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