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Consentimento - Nada mudou

  • Foto do escritor: Silézio Luiz
    Silézio Luiz
  • 14 de nov. de 2017
  • 3 min de leitura

Hoje acordei e fui conferir minhas lembranças do facebook e também as notícias dos portais que acompanho, twiiter e afins. Fiquei satisfeito quando comecei a ver que as lembranças eram da minha última ida ao FIQ (descrita aqui). No festival tirei uma foto com uma cosplayer, da supergirl, e eu amo a supergirl e o cosplay tava muito bem feito. Por isso tirei a foto, a cosplayer era bonita e foi isso que gerou comentários, não apareceu ninguém que lê Supergirl e disse: Nossaaaa! Parece a Supergirl desenhada pelo Michael Turner!!!

Falaram que eu tinha que ter abraçado, mesmo estando suado e mesmo sem saber se ela permitiria, chamaram de princesa, enfim, isso poucos dias antes do episódio do Pânico na TV na Comic Con Experience onde o idiota do programa lambeu uma cosplayer e estragou o cosplay que ela tinha se dedicado tanto.

Caras, como deve ser um saco, cortar, costurar uma roupa, fazer uma "costume" e ter que ficar aturando assédio. Sim, é assédio, pois não é porque a Supergirl tá de saia que ela tá querendo dizer qualquer coisa com isso. Imagina que você construiu uma armadura do homem de ferro e já vem gente te abraçando, que você nunca viu na vida e por acaso estraga sua "fantasia", ou que você se pintou de verde pra fazer cosplay de Hulk e algum ou alguma imbecil te lambe e tira a tinta, que se você quisesse tirar não estaria suportando na porcaria de um evento apertado e quente.

E por que tenho a convicção de que nada mudou? Logo depois de ver essa lembrança e sentir uma vergonha alheia absurda vi uma nota da equipe da IGN esclarecendo que foram tomadas medidas quanto a uma denúncia de assédio sexual contra duas funcionárias, uma ex, e uma atual. E o ponto que eu digo que esperava que tivesse mudado, não é o do assédio em si, não tenho esperança nenhuma de mudança cultural em um ano de um aspecto tosco da sociedade como esse, mas ao ler os comentários percebi o por que é importante denunciar, o que que tem que ser mudado, a percepção sobre as coisas.

No país do assédio sexual institucionalizado, na cultura, principalmente no meio musical e onde em alguns casos creio que não seja o assédio a ser institucionalizado e sim o abuso, é mais que natural a pessoa comentar na página da IGN internacional que o que interessa pra ele são as resenhas de filmes e jogos da empresa e não o que acontece no seu ambiente privado. Eu quis responder, mas vi outros brasileiros fazendo isso e fiquei um pouco aliviado de ver que tem gente com um mínimo de consciência por essas bandas, mas é claro que teve comentários de pessoas de lá também, e o mais triste, comentários de mulheres problematizando a denúncia.

Desde criança eu ouço, não faça ao outro aquilo que não quer que façam com você, e até hoje pouco vi disso em prática na sociedade, é incrível como as pessoas consentem pelas outras, elas consentem coisas alheias a elas pelas outras. Amiguinhos, não é não e ponto final, não é frescura, o número de denúncias não é uma conspiração é só algo que vocês tem se recusado a ver desde sempre, que tem gente sendo acuada com medo das reações contrárias, que como podemos ver não são as melhores.

 

Post scriptum:

consentimento

substantivo masculino

  1. 1.

manifestação favorável a que (alguém) faça (algo); permissão, licença.

Post scriptum 2:

Ainda li gente achando normal assédio sexual e criticando assédio moral. Vai entender.

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