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Expresso do amanhã - Capitão América na neve de novo

  • Foto do escritor: Silézio Luiz
    Silézio Luiz
  • 6 de dez. de 2017
  • 3 min de leitura

Ah, Netflix, sua linda. Graças a ela podemos analisar o talento de Cris Evans fora do bandeiroso Capitão América. O que pode ser bom (Scott Pilgrim, Expresso do Amanhã) ou ruim (Heróis e Quarteto Fantástico, que sinceramente nem sei se está no catálogo).

Expresso do Amanhã é a adaptação para cinema da HQ francesa Le Transperceneige. O que é um tapa na cara da sociedade que critica filme de quadrinhos de super heróis mas não sabe que assiste obra baseada em quadrinhos umas 20 vezes no ano pois tem umas 40 adaptações de HQ nesse período, já que HQ não é só super herói. E também é um tapa na minha cara pois nunca li nada francês e essa hq é muito boa.

O ser humano, a humanidade, é um fracasso. Admitamos que não tem muito jeito, só piora desde sempre. Pra solucionar o problema do aquecimento global precisaria apenas de consciência, mas não dá, não tem como, sabemos disso. Então pra tentar solucionar o problema, fizeram um experimento, no filme tá. E claro, deu errado e o mundo virou uma bola de neve gigante.

Nessa bola de neve, os humanos que restaram e não viraram picolé, vivem num trem que nunca pára. Essa é a premissa da história. Parece meio bobo, é meio estranho o Capião América de gorro. Mas esse filme tem uma profundidade absurda. E tem a Tilda Swinton.

O que a primeira vista parece um filme de ficção científica entrega algo totalmente diferente. De forma alguma é uma ficção científica, e essa serve muito pouco até mesmo para o pano de fundo.

É uma distopia futurista, com forte, fortíssima crítica social. Nesse mundo apocalíptico os sobreviventes são divididos nos vagões conforme suas classes sociais, os mais abastados na ponta e os mais pobres nos vagões mais pro fundo. E as condições de sobrevivência pioram conforme se chega aos últimos vagões.

Assim, como em Jogos Vorazes e outras distopias (cito a saga de Katniss por estar recente em nossas memorias) aqui há um regime autoritário comandando com mão de "gelo" e explorando a população. O personagem de Cris Evans então é levado a coordenar o levante dos pobres em rumo aos vagões dianteiros, à "locomotiva" para extirpar o tirano do poder e dar voz e vez ao povo.

É um filme deveras claustrofóbico, passado quase que inteiramente dentro do trem, mas é curioso ver as soluções para diversificar os ambientes a cada vagão. É uma ambientação riquíssima e não me lembro de uma assinatura visual rica e acertada num filme desse estilo em muito tempo. Sem pompas demais, tudo conciso com a realidade de quem viveria nessa situação, mas também com luxos visíveis de quem se aproveitaria disso.

Com diálogos razoáveis, não há aqui nenhuma fala memorável por exceção de dois discursos torpes proferidos antes de torturas e punições. Os personagens em sua maioria são muito bem representados, e tem talvez só uns dois que eu não engoli naquele esquema todo.

O plot twist no fim do filme pode até já ter sido uma solução explorada em outras obras mas funciona muito bem aqui como o soco no estômago que pretende ser, além de justificativa e também surpreende um pouco.

No geral um filme muito bom, muito subestimado, mas que realmente não vai fazer sucesso junto a grande massa.

 

Disponibilidade: Netflix

Duração: 2h6m

 

Post scriptum: Não é expresso polar!

Post scriptum2: Ah, em o Jhon Hurt também! :D

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