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NieR Automata - 2017 hidden gem

  • Foto do escritor: Silézio Luiz
    Silézio Luiz
  • 8 de dez. de 2017
  • 7 min de leitura

"Olar" amigos gamers, ou não. Hoje era pra ser mais uns top, mas em vez disso trago-lhes um jogo top. Uma verdadeira jóia escondida (hidden gem, sim, traduzi quase literalmente, preguicinha de descrever o conceito, mas é bem por aí mesmo).

2017 é ano que os apaixonados pela plataforma da Sony estavam precisando pra reanimar, afinal passados dois anos do lançamento do play 4, tínhamos recebido datas, muitas datas, e poucos jogos exclusivos realmente dignos de nota. Mas o início do ano veio com os dois pés na porta, tivemos Persona 5, Nioh, "Hatsune Miku: Project DIVA Future Tone" (rsrsrsrssr), Gravity Rush 2, Horizon Zero Dawn "and" quase ofuscado no meio disso tudo, NieR Automata. Sequência de NieR do ps3, ambientado no megaverso maluco de Yoko Taro, que no seu lore, vai de Drakengard até esse game lindo que resenharei abaixo.

O que é?

NieR Automata é um hack and slash rpg, realizado pela excelente Platinum Games, conhecida como um third party de luxo e responsável por Bayonetta só pra dar a carteirada de acordo.

Nele você controla a android 2B (b de batalha), que é acompanhada por outro androide, 9S (s de scan) num mundo pós apocalíptico apinhado de máquinas automatas (rá) criadas por alienígenas invadiram a Terra para, porque não, aniquilar os seres humanos. Assim, os seres humanos criaram a Yorha, que é a organização que "controla" os androides que lutam pelos humanos, pois sim, a humanidade não luta suas batalhas ela passa adiante, procura um culpado, se omite, aponta o dedo na cara das pessoas, o de sempre.

A Yorha funciona num satélite artificial, estação orbital, base da Liga da Justiça no espaço e é de á que são enviados os androides para o combate. E por falar em combate, vamos ao primeiro detalhe ímpar desse game.

Jogabilidade

Aqui a Platinum aplicou toda a sua experiência, e desenvolveu um gameplay delicioso de jogar e muito intuitivo por mais que seja complexo. Você utiliza todos os botões do controle pra alguma coisa e sempre pra ações que fazem sentido e são úteis. Nada de controles embutidos lá só por estar ou pra aproveitar os botões do dual shock 4. É comum pressionar diversos deles pra fazer um combo e não foram poucas vezes que me vi segurando um botão (esqueci de mencionar lá em cima que os androides são acompanhados por pods de suporte, que são uns robozinhos voadores simpáticos) para atirar com um pod, enquanto alternava os botões das armas 1 e 2 e em seguida batia o direcional digital para cima para trocar o set de armas e usar as outras duas armas que dispunha e mudar rapidamente o dedo para o outro lado do controle e segurar outro botão para liberar a habilidade especial do pod.

O jogador vai ser ver constantemente fazendo uma maratona no controle, e no entanto tudo isso vai acontecer de forma fluida e natural, sem dificuldade. Inclusive, não me lembro agora se o jogo não tem tutorial ou se desabilitei ele no começo, mas não fez falta. Você alterna entre o controle dos androides e de suas unidades aéreas (estou evitando falar navinha, rsrs), onde a jogabilidade sai do hack and slash em terceira pessoa para a perspectiva lateral ou isométrica ou de cima como nos clássicos jogos de... isso mesmo, jogos de navinha (não resisti). Há ainda diversos momentos em que você controla outros personagens ou mesmo inimigos com jogabilidades distintas. O controle dos oponentes se dá por meio do hacking que é feito por meio de um mini game. Ao encontrar um dispositivo ou automato você pode hackeá-lo e então começa o mini game de, vejam bem, navinha. No entanto apenas o personagem 9S pode hackear os inimigos, ficando as outras androides apenas com o hackeamento de estrutura. Quando você está controlando 2B e o jogo te leva a uma situação em que você deve hackear um inimigo, 9S o faz, mas você joga o mini game.

Divertido e variado

Durante as 35 horas que passei tentando livrar o mundo de robôs malvados, em momento algum me senti fazendo algo repetitivo. Há uma variedade grande de armas, poderes dos pods e combos a fazer, cada item adicionado, seja poder do pod ou arma acrescenta algo na jogabilidade e a possibilidade de novos combos. Além do que os inimigos também são bastante variados e vão sendo acrescentados novos nos momentos em que você está começando a achar que já está de saco cheio de matar robos genéricos da 25 de março. Você pode usar até 4 armas durante o combate divididas em dois sets de 2 armas que podem ser trocadas a qualquer momento com um toque pra cima no direcional digital, é como o hot swap de Guild Wars 2 (que eu amo) e isso deixa os combates muito dinâmicos. O mundo do jogo é aberto e bem vasto podendo ser explorado quase que em sua totalidade, exceto por alguns lugares com paredes invisíveis, mas o jogo sofre bem menos com isso do que nosso amiguinho Final Fantasy XV. E por falar em mundo.

Ambientação

Jogamos no planeta terra e as vezes na base orbital da Yorha, passando por uma infinidade de ambientes, desde desertos a florestas e ambientes enclausurados por que afinal de contas, rpg´s tem que ter "calabouços" que nesse caso podem ser diversas edificações mas a de maior destaque é a fábrica.

Essa variedade de ambientes garante que haja uma variedade de cores na tela embora o game tenha sua paleta de cores focada no cinza. E por falar em cores.

Lindo

O jogo é bonito para o "sr. Carvalho", todo o design desde os protagonistas aos coadjuvantes e o ambiente. Tudo muitíssimo bonito mesmo. Tem uns serrilhados aqui e acolá, especialmente nos cabelos, mas isso é só pra não dizer que não achei problemas no visual. Até mesmo o design pitoresco das máquinas é agradável e no geral a identidade visual do jogo e os gráficos são excelentes. Vale aqui ressaltar a movimentação mais que fluida dos androides e o fato de que de agora em diante a minha referência em "andar de salto alto" deixou de ser a Gisele Bündchen e passou a ser a android 2B.

Som e música

Aqui pra mim, junto da história está o ponto mais alto da obra. Joguei com fones de ouvido, então cada tilintar de projétil resvalando, perfurando ou sendo repelido por peças metálicas e blindagens estavam ricamente reproduzidos.O som do pisar dos personagens se destacando conforme o solo onde pisam. Sonoplastia excelente.

Agora, as músicas, meu Deus. São maravilhosas. Alternando entre músicas orquestradas, faixas no piano com acompanhamento e algumas com vocais (vocais cantados por robozinhos infantes inclusive), são todas um deleite sem igual. Há tempos eu não gostava tanto de uma trilha. As músicas de combate são vibrantes e passam a grandiosidade de cada batalha, seja contra um robô de 5 metros ou com um de 50 (sim, tem muitos inimigos colossais no jogo). A "musicidade" do jogo é alta e é parte importantíssima para compor a atmosfera e embalar o enredo. E por falar em enredo.

Emocionante

Ah, os personagens são androides, os inimigos são máquinas, como pode haver carga emocional nisso? Você pode se perguntar.

NieR é um golpe certeiro com uma katana afiadíssima em muitas cebolas. Os personagens são muito cativantes, e mais humanos do que a maioria que vejo na industria de games hoje em dia. 2B me cativou de início com seu jeito sério e durona, devotada apenas as missões, mas não conseguindo esconder o quão amável é em seu interior sintético. Me lembrou demais a minha amada Lightning de Final Fantasy XIII, e vou aproveitar pra colocar uma fotinha dela aqui:

Ô mulher! Mas continuemos com NieR. 9S como bom scanner, está o tempo todo obtendo informações e demonstrando curiosidade e é o personagem mais afetado pela trama. De início podemos ter a idéia que 2B é a protagonista, mas o fio condutor da real história de NieR está nas mãos de 9S. Muito mais do que um sidekick 9S é responsável pelo crescimento de 2B e pelo nosso maior entendimento da trama. Todavia alguns personagens são ou pouco explorados num primeiro momento ou explorados de forma diferente do que vemos no resto do jogo, o que pode prejudicar a apreciação deles (delas no caso, gêmeas).

Replay

NieR tem uma trama tão complexa e um lore tão extenso que não dá pra ver a trama como ela é zerando apenas uma vez. Sim, o jogo possui múltiplos finais, 26 ao todo, mas calma, só 5 são "canônicos", por assim dizer. Os outros 21 são exercícios imaginativos, algo como, o que aconteceria se tivesse acontecido tal coisa em determinado momento. Pra concluir o primeiro arco, demorei cerca de 19 horas e fui acrescentando as endings com bem menos tempo pra cada. A, B, C, D, e E que é o final verdadeiro do jogo. A cada nova jogatina, novos elementos são explorados na história, alguns que você já se perguntava da primeira vez que zerou, e também personagens são desenvolvidos e também são adicionados alguns elementos novos de gameplay. Contando com a dlc já disponível e se dedicando bem para usufruir 100 % do jogo, incluindo muitas side quests deve dar fácil umas 60 horas de jogo. Além da diferenciação com armas e seus power ups ainda há a possibilidade de aprimorar os androids com chips, divididos em categorias como ataque e suporte possbilitando criar builds de habilidades diversas e ter diversos presets de builds para cada situação. Então com certeza é um bom investimento.

O único porém

Em alguns zeramentos o ritmo da história dá uma reduzida, e inclusive a narrativa dá uma mudada, mas isso e alguns outros por menores que não me lembro não diminuem a grandeza de todo o resto, então cito aqui só pra constar. Mas o que me faz retirar um ponto da nota, é o mapa. De início ele não atrapalha muito, quando o cenário ainda está fechado, mas quando você "desbloqueia" todas as áreas do jogo, ele não ajuda muito, é difícil de entender, o mini mapa não te fornece um bom caminho pro objetivo e eu, que particularmente tenho problemas pra me localizar até na vida real (como Zoro de One Piece) me vi abrindo o menu e entrando no mapa em tela cheia, mais do que eu gostaria.

Conclusão

Eu poderia falar aqui por horas, meter uns spoilers comentar a taradisse do Yoko Taro (que diferente de um certo criador de Metal Gear que fica inventando desculpa pra colocar mulher semi nua nos jogos, só assume que gosta de mulher e queria uma mulher sensualizando em seu jogo), comentar sobre o fato de a história ser absurdamente densa e filosófica (tem citaçãozinha irada a Nietzsche) e Yoko Taro tratar tudo como se fosse resultado do acaso, acidente ou bebdeira (o que também é possível) e tudo mais, mas o texto já está enorme e o próprio editor do wix já está demonstrando fadiga pra atualizar o texto na tela. Então vou só recomendar esse jogo que vai te divertir, te fazer pensar bastante, ficar triste, torcer nos momentos de romance, se apaixonar por máquinas (Pascal, melhor automato/pessoa), chorar, pensar de novo. Nota 9 de 10 que é uma nota que dou muito raramente, mais rara do que nota 10 pra dizer a verdade. Jogue NieR o quanto antes e faça justiça a essa pérola que talvez possa passar despercebida num 2017 tão prolífico.

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