Gravity Rush - Voar é cair com estilo
- Silézio Luiz
- 14 de dez. de 2017
- 4 min de leitura

"Olar"! Bom dia, boa tarde, boa noite. Quem conhece a minha persona sabe muito bem que sou um grande entusiasta da portabilidade, especialmente nos games e como recentemente iniciei minhas aventuras no "fantabulástico" Gravity Rush 2, decidi aqui dar a minha opinião sobre o primeiro jogo, que foi o primeiro jogo que finalizei no meu portátil da sony, o Psvita. E eu não poderia ter começado melhor.
Novidade
A primeira sensação ao experimentar o jogo é a de frescor, de coisa nova no ar. Embora gráficos em cell shading não sejam uma novidade, nesse título eles são demonstrados na tela de forma peculiar, possivelmente devido a direção artística e a identidade visual escolhida. O jogo faz uso dos diversos gimmicks do console portátil (Gimmicks, são recursos tecnológicos inovadores normalmente incorporados para chamar a atenção, como os controles por movimento do wii ou as telas de toque do próprio Vita), especialmente o sensor de movimento que é utilizado com frequência. No jogo a protagonista Kat tem o poder de controlar a gravidade e com isso ela é capaz de "cair pra cima" (o que me faz pensar no jogo toda vez que alguém fala que isso é impossível) por exemplo. Você deve usar desse controle de gravidade para se deslocar no mapa e combater os inimigos. A narrativa é apresentada por meio de "história em quadrinhos" no lugar de extensas "cg´s" (cenas em computação gráfica) e os diálogos na língua nativa do mundo dos personagens (no lugar do universal inglês) meio que no esquema de The Sims. Tudo isso traz inevitavelmente uma aura de novidade.
Uma pintura
Mesmo com uma resolução baixa até mesmo para o PsVita, o jogo é lindíssimo. As cores são vibrantes, especialmente na versão com tela oled do portátil. A ambientação é algo que as vezes lembra Watereworld ou Mad Max, só que em vez de deserto e mar, é nos céus. Lembra avatar em alguns momentos, com ilhas flutuantes. Mesmo com um número não muito grande de polígonos tudo é bastante convincente para esse mundo fantástico. Os modelos dos personagens também são muito bonitos e carismáticos e eu sei que digo muito essa expressão mas é impossível não querer uma miniatura da protagonista (foto).

As cidades são bastante detalhadas e amplas para uma experiência portátil, embora hajam outras interpretações como os GTA´s portáteis com ainda mais detalhes e interação nos mapas que em Gravity são um pouco limitadas mas pelo tamanho do jogo tanto em tempo quanto em espaço de disco são perfeitamente aceitáveis. O jogo conta com um remake para PS4 com gráficos em FULL HD, deixando tudo ainda mais bonito.
Jogabilidade
Embora todo cheio de novidade nesse campo, é um fator que a priori pode assustar a maioria dos não iniciados nesse mundo. Demorei um pouco pra me acostumar com a inversão das perspectivas, ficar andando no teto e ver todo mundo andando no chão, pra mim que já tenho um pouco de dificuldade para me orientar foi um desafio e tanto. Mas depois que você se acostumar com os controles a diversão é garantida. No entanto esse com certeza é o maior ponto contra pois reconheço que é possível até mesmo que algumas pessoas sofram com "motion sickness". E se o jogo causa mal estar nas pessoas, elas com certeza não vão jogar. Fico imaginando se esse jogo tivesse saído no 3ds.

Trama
É uma típica aventura. É como se um grande block buster de fantasia estivesse passando na sessão da tarde. Em nenhum momento os fenômenos gravitacionais nos são explicados, tão pouco os poderes de Kat. Tudo que sabemos é que ela os consegue emprestados do gatinho Dusty. Não sabemos o passado da protagonista também, tão pouco a origem dos inimigos, que durante boa parte da narrativa parecem mais apenas animais selvagens gravitacionais do mal, ou algo do tipo. Mas fica uma sensação de estar matando fauna selvagem. Não se percebe a motivação das criaturas em atacar as pessoas e um personagem para preencher o papel de vilão só se apresenta na segunda metade do jogo. Então de início você será uma espécie de quest hunter, vai ficar se oferecendo pra fazer coisas pras pessoas de Hecksville (a principal cidade do jogo) e defendendo a mesma dos ataques aleatórios dos Nevi (os inimigos do jogo). Falando assim parece horroroso. Mas tudo isso é salvo com bons diálogos, um senso de humor muito bom e leve e a personalidade dos personagens que são em sua grande maioria muito cativantes. Todavia há ainda mais um problema na trama pois ela acaba em aberto. Fica um cliffhanger (um gancho) para a continuação gigantesco. E pra quem não gostou do jogo até aí vai querer jogar a sequência muito provavelmente por conta desse não desfecho. Quem gostou vai se desesperar.
Som
Aqui a coisa é meio suspeita pois joguei com bons fones de ouvido e a qualidade dos sons do Ps Vita no geral é muito boa. A melhor em consoles portáteis definitivamente. Assim sendo, é seguro dizer que não terá o som mais imersivo dos videogames pois é um título de tamanho diminuto em disco, e sons gastam bastante recurso. Mas as músicas são muito boas e se encaixam bem na narrativa, seja em momentos corriqueiros ou em batalhas.
Veredito
É um game difícil de avaliar, até mesmo devido a restrição imposta pela jogabilidade para pessoas mais sensíveis a movimentação brusca na tela e mudanças súbitas de câmera. Mas no geral, na maioria dos seus aspectos é acima da média, e acaba por se destacar bastante devido a inovação e a satisfação para quem consegue terminar o jogo, se sobressaindo sobre suas falhas pontuais. Assim, recomendo para quem ainda não testou, especialmente por estar muito barato tanto no Vita quanto no Ps4. Um sólido 6,5 de 10 no geral (realmente o 7 só não saiu pois tem gente que não consegue jogar sem passar mal).

Post scriptum: Disponível na PSN BR para playstation 4 por R$ 99,00 e para Ps Vita por R$ 27,49. Há também mídias físicas que variam bastante de loja pra loja.
Post scriptum 2: "Tomaí" uma belíssima imagem pra um wallpaper que não pus no post mas não quis deixar de postar.

Post Scriptum 3: Tem resenha do Gravity Rush 2 no forno.
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