That 70´s show - Burrrrnnnn!
- Silézio Luiz
- 23 de dez. de 2017
- 3 min de leitura
"Olar" Wiconsin! E eu já começo esse texto com referência na saudação, dessa série que eu amo. Notei que fazia tempo que não falava de séries por aqui e com isso notei que também não assisti bem dizer nenhuma das sensações do ano, ou pelo menos não assisti completas. De fato ainda não terminei essa também, mas já vi 5 temporadas, então creio que vale indicar (um gole de café, pronto.)

A série estreou em agosto de 1998 e conta com 8 temporadas e está disponível na linda da Netflix. Conta a história de Eric Forman e sua trupe nos anos 70 (duh) em meio ao movimento hippie e um cenário atribulado nos United States.
Eric reúne a galera no porão da casa de seus pais, e é lá que normalmente começam e se concluem os episódios. A narrativa transcorre com os problemas habituais de adolescentes, especificamente jovens nos anos 70 e isso inclui é claro "cannabis" numa rodinha no porão.
Visual
Sou da década pouco estilosa de 80, então não tenho com julgar se a adaptação é fidedigna aos anos 70, mas visualmente pelo menos, com base no que já vi dessa época é muito apurada e mesmo as vinhetas entre as mudanças de cena passam um clima setentista cheio de swing muito alto.
O figurino e os cenários contribuem bastante e a fotografia como um todo quase nos pega pela mão e nos leva a Woodstok. O aspecto físico dos personagens também é bem convincente, especialmente dos mais novos, e não sei se foram selecionados por parecem ter físico setentista, se fizeram algum trabalho de exercícios e maquiagem ou se essa coisa toda de físico da década só tem mesmo diferença da década de 50 para agora.
Som
Outro fator que ajuda bastante na imersão. A música de abertura por sinal está constantemente tocando nos meus fones e na trilha da série há diversos clássicos do bom rock setentista dentre outros gêneros, e incluo aí a deliciosa Black Betty.
Riqueza
Por mais que a premissa pareça simples, a série tem uma riqueza de situações muito grande, desde as desventuras de colégio, problemas familiares com a situação econômica do país, a abertura sexual do movimento hippie impactando famílias, o pós guerra do Vietnam, o aumento de imigrantes, o crescimento do ideal feminista e dos movimentos das minorias, enfim, tudo que aconteceu ou começou a acontecer nos anos 70.
A gama de personagens também é muito ampla e vai além da divisão de classes que estamos acostumados a ver em filmes que mostram as escolas americanas, mas aqui vai uma ressalva para a pouca diversidade etnica, pois embora haja um personagem indiano (eu tenho uma tendência a gostar de humor feito por comediantes indianos), o excelente Fez, não me vem a memória nenhum negro, e citei ali em cima uma música tida como afro-americana.
Humor
É bem ácido às vezes, com bastante sarcasmo e tiradinhas inteligentes, e um fator muito positivo é que mesmo quem não tem conhecimento sobre a década hippie consegue acompanhar pois não há muitas referências que façam diferença para o entendimento e na maior parte da série, o texto funciona em camadas e núcleos que podem ser acompanhados por pessoas de gostos diversos.
Personagens

E aqui está a cereja do bolo. Ashton kutcher (que é bem subestimado) e Milla Kunis na flor da idade são muito engraçados, Laura Prepon é maravilhosa, convincente e encantadora como Dona Pinciotti, o Topher Grace como Eric Forman é esplendido e creio eu que esse foi o melhor papel dele. O indiano Fez e o núcleo adulto são fenomenais também. É raro uma série em que eu goste de todos os personagens e creio que esse é o motivo maior para eu gostar dessa aqui.
Veredito
Humor inteligente, leve, divertido e sagaz (se é que dá pra ser isso tudo), boas atuações, personagens marcantes e uma ambientação e imersão pra lá de competentes fazem dessa série um marco da comédia. Nota 8 de 10 com louvor (já tirei 2 pontos pro caso de o fim da série ser ruim pois ainda não vi)
Post scriptum: Vão dizer que deixei o Hide de fora quando comentei dos personagens e citei todos os adolescentes, mas é isso que a série faz com ele direto, então é uma piada interna. Rsrs
Post scriptum 2: Olhem esse antes e depois da Mila Kunis

Post Scriptum 3: Wisconsin, terra dos laticínios (rsrs)
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