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Star Wars - O último Jedi

  • Foto do escritor: Silézio Luiz
    Silézio Luiz
  • 6 de jan. de 2018
  • 7 min de leitura

Então, "olar". Esse vai ser um texto tenso, de um filme intenso. De fato vai de encontro com muita coisa que eu já falei por aqui, mas vamos lá. Vai ter spoilers, mas vou avisar antes de chegar lá, ou bolar alguma coisa. Fiquem calmos. Vou falar primeiro dos aspectos técnicos e depois ir para a trama e os "mamilos" do filme. Relaxe na sua poltrona, cadeira, etc. Pegue uma pipoca ou guloseima aleatória de sua escolha e vem comigo pra uma galáxia muito, muito distante.

O que é?

A continuação de Uma Nova Esperança II, também conhecido como episódio VII, o que faz desse o episódio VIII da maior franquia do cinema de todos os tempos. É um filme que tenta se desvencilhar do pré-rótulo de o O Império Contra Ataca II, e consegue, assim, raspando, mas consegue.

O filme é a continuação direta e começa da exata cena onde o antecessor parou. Rei está entregando o sabre azul para Luke Skywalker. A rebelião está sendo atacada, assim como no episódio V, e cabe a Rei levar a última esperança da galáxia (Luke) para ajudar os rebeldes.

Galáxia muito distante

Talvez o maior acerto do filme, embora com alguns deslizes, seja a ambientação. Afinal, poucas vezes na saga ocorre a guerra nas estrelas, normalmente é em outro lugar, salvo uma ou outra vez e eu sinceramente nem considero as batalhas contra as estrelas da morte. É quase um filme naval, e as poucas locações que não o espaço que são mostradas, em sua maioria são belíssimas e o melhor de tudo, condizentes com o que o roteiro quer entregar, o planeta final é com excelência uma parte importante da narrativa. Por falar nisso.

Narrativa

Quando a nova trilogia foi acertada, lembro que muita gente ficou preocupada se o jeito Star Wars de contar histórias (incluindo as vinhetas entre cenas) seria preservado. Se os filmes continuariam sendo Star Wars. Isso ocorreu no episódio VII, e aqui, bem ainda é Star Wars, mas algo necessário está ocorrendo com a franquia, esta crescendo, aprimorando.

Aqui deixamos de lado os arquétipos de personagens, e as tramas de aventura mirabolantes meio que de lado. A audiência de hoje está se habituando com outras histórias com menos dualidade, menos preto no branco, absolutamente falando. Bem e mal são momentos, são partes de um caminho, não o caminho em si. Ao longo do filme, velhos conceitos conhecidos de Star Wars são postos a prova, desde os planos mirabolantes para salvar o dia, quanto os desfechos de combates entre personagens, tudo é posto à prova e ou é renovado ou evolui para outra coisa ou é descontinuado. E isso tudo é muito bom. Todavia, nos leva aos poréns, mas isso vai ser um pouco mais abaixo. Abaixo dos personagens.

Rebeldes, Jedis e todo o resto

Aqui é um quesito do filme com muitos poréns. A nova geração é apresentada e aos poucos vemos os novos integrantes dessa nova geração, introduzida no episódio VII, ser conduzida aos seus lugares, entrando no lugar dos antigos, que estão aqui passando o bastão e fomentando o futuro. Um acerto muito grande é que a maioria de todo esse pessoal, novo ou não, são importantes, não para a trama somente, mas para a audiência. São raros os personagens dispensáveis e injustificados. E mesmo o que estão no centro das polêmicas sobre o filme, só são o motor desse turbilhão nas reações ao filme, por terem peso, importância e serem bem interpretados. Palmas para o Mark Hamill, que atua magistralmente e nos entrega um Luke que muitos vão odiar, embora seja o herói que o filme precise, e amem por mais que ele prove que jedis são uns fujões não muito espertos e preparados (rsrsrs). Sim, você só consegue odiar um personagem, se ele for bem interpretado, bem como amá-lo. Então pode-se dizer que a maioria do elenco está acima da média. Só não dá pra salvar mesmo os bons atores em papéis dispensáveis e injustificados e estou endereçando aqui a Maz Kanata da ótima Lupita Niongo e o personagenzinho cheio de maneirismos do Benício Del Toro, como sempre um puta ator, mas com o personagem mais caído de gaiato na falha de roteiro que já vi no universo de Star Wars. E a capitã Phasma continua sendo o Boba Fett dessa geração. Spoiler (selecione o trecho a frente para ler) Você espera que seja "phoda" mas tá lá morrendo em algum canto. Fim do Spoiler.

A primeira ordem

A primeira ordem continua vindo de lugar nenhum, ninguém se preocupou em dar um mínimo de contexto e propósito para o novo "Império Galático", talvez porque o antigo Império Galático levou 3 filmes muito criticados para ser explicado. Mas aqui temos finalmente um vilão que não vai ter que esperar 8 filmes para se mostrar de verdade (6 filmes se você considerar o Anakin genocida de criancinhas como Darth Vader). Kylo Ren não só é um baita do filho da puta que (spoiler) matou o próprio pai no episódio VII (fim do spoiler), mas sim um vilão de verdade, sem igual dentro da primeira ordem por mais que o general Hux grite contra isso. Diferente de um certo Skywalker que parecia um cachorrinho do império em Uma Nova Esperança. Hux por sinal que é muito criticado mas faz bem o papel de humano orgulhoso com muito poderio militar a seu dispor. É irritante boa parte das vezes, mas é meio que um coitado.

No espaço explosão faz barulho

Um aspecto que melhorou muito deste filme para o anterior é a trilha sonora, e a ausência da mesma nos momentos certos. Os temas casam perfeitamente com a narrativa de uma forma que há muito não se via na franquia. Ela te pega pela mão e conduz por todas as situações.

Porém (spoilers por todos os lados, leia daqui em diante por sua conta e risco) ou pule para o veredito.

O primeiro porém que vou ressaltar, parte de algo muito bom que aconteceu para a franquia, e só salienta que isso realmente tinha que acabar. Os planos mirabolantes. Eles estão aqui, mas eles não dão certo. Parece bobagem, mas não dá pra ficar decidindo o futuro do universo com base em heroísmo louco, sacrifícios e tudo mais baseado em idéias que tem 1% de chance de dar certo. Não se pode passar todos os filmes estando desesperados contra o fim de tudo o tempo todo. Nessa película isso é usado inclusive para instruir um dos personagens para o papel de líder que ele vai ocupar um dia.

Outra coisa que demonstra o quanto esses planos são dispensáveis é a sensação constante de quem os executa depende de sorte, é absurdamente incompetente. Seja o Han Solo, seja o Fin. É muita gente sem capacidade para fazer as coisas indo fazer trabalhos que podem decidir o rumo do universo. E por mais que ainda seja um argumento usado no filme, o Fin ter limpado tudo quanto é estrutura importante e saber como destruí-la, nem sempre isso vai funcionar.

Vou pular a Maz Kanata e o personagem do Benício Del Toro, pois já falei mal deles lá em cima. Mas de fato todo o seguimento ao qual estão relacionados serve pra muito pouca coisa pelo tempo que tem de tela, então poderia ser mais curto. E é longo pois perde tempo descrevendo um personagem de certa importância para o plano mirabolante, com todas as características de um Lando Calrissian, mas que não foi o Lando (que tanto faz falta para a Milenium Falcon de Chewbaca. Muito melhor do que aqueles porgs pela nave). E é claro o grande mamilo do filme, Luke Skywalker.

Todo mundo dizendo que Jedis não desistem e que esse não é o Luke que eles conhecem. E realmente não é. Esse é um Luke que cedeu ao fracasso e de fato é quem aprende algo do que é ensinado durante o filme. Só pra refrescar, Yoda fugiu da luta contra Palpatine, por mais que ele estivesse na soma de pontos ganhando, e Obi Wan se retirou para o deserto. Sim, vão dizer que é diferente do Luke, mas no fim, sabemos que os Jedi´s correm do pau sim, por qualquer que seja o motivo, sábio ou não.

O personagem de Mark Hamill já foi a nova esperança, mas é o personagem fragmentado que a franquia precisa para dar um passo a frente e deixar de ser uma fábula espacial infantil para abraçar um público teoricamente mais capaz de entender as nuances do que é uma personalidade humana. O que realmente irrita é o quanto a direção pesa a mão na descrença do velho Skywalker. Chega a irritar as vezes.

E o ponto que sempre ficam devendo, é nos combates dos possuidores da força. Kylo fucking Ren pode parar a joça de um tiro de blaster no ar enquanto levita e sufoca uma pessoa, e sai dando chutes e porradas nos inimigos. Tudo bem a Rei fazer isso, pois ela é versada em combate corpo a corpo, ela não teve um mestre pra ensinar os caminhos da força de verdade, agradeçam ao Luke por isso. Mas um personagem tão poderoso, aparentemente tão inteligente e capaz de um combate mais refinado, saindo no braço na porrada franca? Starkiller manda lembranças. Aliás, Darth Vader de Rogue One manda lembranças.

Ah, claro, tem o mamilo enorme de o supremo lider Snoke vir de lugar nenhum para desaparecer numa nuvem de nada numa cena foda num momento de triunfo do vilão de verdade da saga.

Veredito

Quem não gostou, com certeza não pode dizer que é um filme ruim. O que acontece nesse filme é que ele mexe em bastiões estabelecidos da saga e sabemos que tem uma parte do público que vive de concepções. Elas existem, e isso não é ruim, só temos que aprender a de vez em quando não deixar elas ditarem como as coisas devem ser. A maioria das mudanças desse filme são extatamente para entregar um Star Wars que leva a epopéia especial para novos horizontes. Com diversos toques e inspirações de outras sagas (Battlestar Galática, Star Trek e outros) e com coragem suficiente para mexer em pontos que fazem a narrativa crescer, o último Jedi é sim um excelente filme, não é meu favorito da saga, mas é um progresso em relação ao episódio VII e para a franquia em geral.

 

Post Scritpum: Todo o clima de perseguição me lembrou bastante Battlestar Galática e traz um pouco mais de substância ao combate espacial, e sendo sincero, pela primeira vez o combate espacial na saga realmente se parece com algo militar.

Post Scriptum 2: Tem um momento muito criticado da General Léia no filme, mas eu particularmente achei lindo e a personagem é uma das pérolas do filme. Preste muita atenção na nossa eterna princesa Léia Organa.

Post Scriptum 3: Além do Fin ser um trapalhão e fujão (já pode ser Jedi), parece que não vão deixar acontecer um romance inter-racial entre protagonistas acontecer em Star Wars. E com isso enfiaram outro porém que esqueci de mencionar ali em cima, um romance ou paixonite que veio da mesma terra do nada de onde veio o Líder Snoke.

Post Scriptum 4: Que a força esteja com vocês.

Post Scriptum 5: Parece que tem muitos poréns, mas é um baita dum filme grande, por isso, creio eu, tenha espaço pra tanto 'mamilo".

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